sábado, maio 23, 2009

Charles Wesley (1707-1788)


A Palavra registrada nas partituras

Charles Wesley, que compôs mais de seis mil hinos, não só acompanhou seu irmão John Wesley nas cruzadas, como também é considerado o maior compositor do reavivamento Wesleyano

É certo que o talento não é hereditário, mas é fato que sempre existiram vários casos de irmãos que se tornaram famosos graças aos dons incomuns nas áreas mais variadas. Eles brilham na mesma época e até em profissões semelhantes. Na História da Igreja, uma dupla de irmãos, John e Charles Wesley, não fez por menos. Escolhidos por Deus para a missão de pregar Sua Palavra como evangelistas, eles fundaram o metodismo no século 18. Aquela semente deu frutos – atualmente (2002) os metodistas formam uma comunidade de, aproximadamente, 80 milhões de pessoas em todo o mundo, embora a maior parcela concentre-se nos Estados Unidos.

John Wesley tornou-se o mais famoso dos pregadores por falar e escrever com rara eloqüência. No entanto, Charles Wesley (1707-1788), seu irmão mais novo, não apenas deu suporte àquele ministério, apoiando e criticando John quando necessário, como também fez das partituras seu principal púlpito. Charles Wesley é considerado o grande compositor do reavivamento wesleyano: compôs mais de seis mil hinos, que eram cantados em cruzadas evangelísticas. Muitos deles causaram estranheza por terem influência dos ritmos populares, comuns nas tavernas e casas de ópera da Inglaterra.

Não foi à toa que, certa vez, alguém escreveu que, se George Whitefield ficou conhecido como o orador do metodismo, e John Wesley seu organizador, podia-se afirmar que Charles Wesley foi seu poeta.

John Wesley - (1703-1791)


A vida de um homem que com sua paixão por Deus mexeu com a vida espiritual dos ingleses e com a estrutura social de seu país.

John Wesley nasceu em 1703, durante o reinado da boa rainha Anne. Sua infância foi dirigida por sua mãe, uma mulher rígida e piedosa e seu pai, um homem difícil de agradar. Sua mãe acreditava que os desejos das crianças deviam ser subjugados, que eles deveriam ser açoitados quando não se comportassem e que deviam chorar baixinho depois de açoitados. John era o décimo quarto filho. Ele teria morrido num incêndio em Epworth Rectory se não tivesse sido arrancado das chamas por um vizinho que subiu nos ombros de outro vizinho. Ele tinha sete anos então, e depois disso, sua mãe o lembrou várias vezes que ele era “um tição colhido do fogo”. Ela sentia – e mais tarde ele veio a sentir – que ele tinha sido poupado por um propósito, servir a Deus.

Samuel, o pai de John, era um erudito, que por muitos anos trabalhou numa obra monumental sobre o livro de Jó. Um pregador severo, para não dizer implacável, uma vez exigiu que uma adúltera andasse nas ruas em sua vergonha e ele forçou o casamento de uma de suas filhas depois que ela tentou fugir com um homem que não era o escolhido de seu pai. Com seu pai e sua mãe, John Wesley desenvolveu excelentes hábitos de estudo e também se acostumou com sofrimento físico.

John Wesley foi para Charterhouse School em 1714, para Christ Church College, Oxford, em 1720, e em 1726 foi eleito membro na Lincoln College, Oxford. Depois de aceitar uma posição de pastor auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de 1727 a 1729, ele voltou à Oxford não apenas para continuar seus estudos, mas também começar a viver a vida santa. Muitos outros jovens brilhantes tinham um curriculum como o de Wesley, mas poucos tinham a sua dedicação. Ele dominava pelo menos sete idiomas e desenvolveu uma visão verdadeiramente abrangente em todas as áreas da investigação. Sua mente nunca encerrou a busca pelo resto de sua vida. Quando ele voltou de Wroote para Oxford, ele assumiu a liderança de um grupo chamado Holy Club (Clube Santo), iniciado por seu irmão Charles. Aqui, eles buscavam reforçar a fé através do estudo das Escrituras e medindo a qualidade da santidade da vida de cada membro.

domingo, maio 17, 2009

Hudson Taylor


James Hudson Taylor, nasceu em 1832, na cidade de Barnsley, em Yorkshire, na Inglaterra. Era de família metodista, e recebeu muita influência espiritual dos seus pais e avós, bem como dos seus irmãos William e Amelia. Seu pai, um farmacêutico, preocupou-se sempre com a condição espiritual da China, e sempre que tinha oportunidade, realizava reuniões especiais para discutir como poderia ajudar aquele tão grande país.

Quando Hudson tinha apenas cinco anos, ele disse a seu pai: “Quando eu crescer serei um missionário na China”. Apesar desta afirmação, os anos de adolescência de Hudson foram conturbados, e as influências de amigos não o ajudaram. Porém, a sua mãe e irmã não cessavam de interceder por ele.
Conversão e Chamada

Em Junho de 1849, aos dezassete anos, ao ler um folheto escrito pelo seu pai sobre a obra de Cristo, Hudson compreendeu o plano da salvação, e como resultado, entregou a sua vida a Jesus. Neste mesmo ano, sentiu a chamada do Senhor para trabalhar como missionário na China. Ao dizer sim à chamada, começou a preparar-se em todos os aspectos da sua vida, a fim de atingir o objectivo de evangelizar a China. Desde logo começou a aprender o Mandarim através de uma cópia do Evangelho de Lucas. Hudson também soube da grande necessidade de médicos na China, e assim começou a estudar medicina, a fim de estar preparado para o campo em que iria trabalhar. Na sua preparação começou a dormir sobre uma esteira, abrindo mão de qualquer luxo, vivendo com o mínimo de alimento necessário e dependendo exclusivamente do Senhor para seu sustento. Assim, aos dezenove anos, Taylor aprendeu que poderia confiar em Deus e obedecer-Lhe em qualquer área de sua vida - aprendeu que se pode levar a sério Deus e Sua Palavra.

O seu treinamento médico começou na cidade de Hull e continuou em Londres. Além disso, estudou Teologia, Latim e Grego. Por saber que deveria depender totalmente de Deus para o seu sustento diário na China, Hudson muitas vezes colocava-se em situações para provar a sua própria fidelidade e confiança em Deus. Enquanto estava em Hull, vivia basicamente alimentando-se de aveia e arroz, e grande parte do seu salário ofertava para a obra do Senhor. Um certo dia, quando evangelizava os pobres, um certo homem pediu-lhe que fosse orar por sua esposa que estava à morte, em casa. Ao chegar ali, viu uma casa cheia de crianças que passavam fome, e a mãe que estava muito enferma. Compadecido daquela situação, depois de orar, tirou do seu bolso a única moeda que tinha, o sustento da semana, e ofereceu ao casal. Milagrosamente, naquele mesmo dia, alguém o procurou e trouxe um envelope cheio de dinheiro. Esta experiência ensinou a Hudson Taylor que Deus era o seu provedor.

Partida Para China

No dia 19 de Setembro de 1853, com 21 anos, e associado à Sociedade de Evangelização Chinesa, Hudson Taylor partiu para a China a bordo do navio de carga chamado Dumfries. Após seis longos meses de viagem com intempéries e perigos de morte, ele chega finalmente a Xangai. Ao juntar-se a outros missionários ingleses, residentes naquela mesma cidade, Hudson notou a grande deficiência da evangelização no interior do país. Nesta época, a China estava a passar por momentos tumultuosos, e Xangai havia sido tomada por rebeldes. Por isso, todos os missionários estavam nas cidades da costa, e envolvidos mais com o comércio e a política externa, do que verdadeiramente com a evangelização da nação.

Ponderando tudo isso no seu coração, Hudson decidiu que haveria de trabalhar no interior da China, onde o evangelho não tinha sido levado. Assim, ele começou o seu trabalho distribuindo literatura e porções bíblicas nas vilas ao redor de Xangai, sendo uma delas Sungkiang. Ao estar no meio do povo, ele notou como as pessoas o olhavam de modo diferente por causa da sua roupa ocidental. Sendo assim, ele decidiu adoptar os costumes da terra, vestindo-se como um chinês, deixando o seu cabelo crescer e fazendo uma trança, como os outros chineses. Este acto conquistou o respeito de muitos chineses, porém, para os missionários ocidentais, uma falta de senso.

Em 1856, Hudson começou a trabalhar na cidade proeminente de Ningpo. Ali, casou-se em Janeiro de 1858 com a senhorita Maria J. Dyer, filha de missionários, porém órfã, que trabalhava numa escola para meninas. Um ano depois, Hudson assumiu a direcção da Missão Hospitalar de Londres em Ningpo. Deus não só o prosperou, como muitos dos doentes aceitaram Jesus e se recuperaram das suas enfermidades. Ele começou a orar por mais missionários para o país.

Regresso à Inglaterra


Depois de estar sete anos na China, Hudson regressou à Inglaterra por motivos de saúde. Ao partir em 1860 para a Inglaterra, não imaginava que estaria seis anos longe do campo. Apesar da distância, o seu coração estava ligado à China. De frente a um mapa da nação, todos os dias ele orava, pedindo que Deus enviasse pessoas dispostas a ganhar as almas chinesas. Juntamente com o Sr. F. Gough, Hudson fez a revisão do Novo Testamento para o chinês e escreveu vários artigos sobre as missões na China.
Os Anos de Provação

Ao recrutar alguns missionários, Taylor viu a necessidade de ter uma missão que suportasse e direccionasse esses novos missionários no interior da China. Para este fim, é que a “Missão para o Interior da China” foi fundada. Durante o tempo que esteve na Inglaterra, enviou cinco obreiros para a China, e em 1864, Hudson pediu a Deus 24 missionários, dois para cada província já evangelizada no interior e dois para a Mongólia. Deus cumpriu o seu desejo, e em 26 de Maio de 1866, Hudson e Maria, os seus quatro filhos e os 24 missionários embarcaram no navio Lammermuir em direcção à China.

Estabelecidos em Ningpo e em Hangchow, o trabalho missionário começou a expandir-se para o sul da província de Chekiang. Dez anos depois, o norte de Kiangsu, o oeste de Anhwei e o sudeste de Kiangsi tinham sido alcançados.

Diz-se que quando ele entrevistava alguém que se queria juntar à missão, tomava chá com a pessoa. A dada altura da entrevista, ele embatia na chávena, entornando o chá na mesa. Depois disso perguntava aos candidatos: “O que é que saiu da chávena?” Espantados, estes respondiam o óbvio: “Chá!” Taylor dizia então: “Aquilo que se aplica a esta chávena, aplica-se à sua vida. O que está dentro de si será derramado sempre que sofrer um embate.”

Durante um período de três anos, Hudson sofreu a perda da sua filha mais velha, Gracie, do seu filho Samuel, seu filho recém-nascido, e em Julho de 1870, a sua esposa também morre de cólera. Mesmo passando por este vale, Hudson Taylor não desistiu da sua chamada para a grande China.

Novos Horizontes

Em 1871, quando voltava para visitar o restante dos seus filhos que haviam sido enviados para a Inglaterra, Taylor teve a oportunidade de viajar com uma grande amiga e missionária na China, Jennie Faulding, com a qual se casou em 1872 na Inglaterra. Entre 1876 e 1878 muitos outros missionários vieram dar o seu apoio ao campo, vindos de todas as partes do mundo. Hudson esteve por alguns meses acometido de uma enfermidade na coluna, a qual o paralisou, porém, mesmo na cama, ele conseguiu enviar dezoito novos missionários para a China. Milagrosamente, depois de muitas orações, Deus curou-o e ele voltou a caminhar com plena saúde.

Em 1882, Hudson orou ao Senhor por 70 missionários, e Deus proveu fielmente os missionários e o suporte para cada um deles. Em 1886, Hudson toma outro passo de fé, e pede ao Senhor 100 missionários. Milagrosamente, 600 candidatos inscreveram-se vindos da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, prontificando-se para o trabalho. Em Novembro de 1887, Hudson anuncia alegremente a partida dos cem missionários para a China.

Hudson Taylor em 1885 O trabalho da Missão espalhou-se por todo o interior do país, segundo o desejo de Hudson Taylor, e no final do século, metade de todos os missionários do país estavam ligados à Missão.

Em Outubro de 1888, depois de haver visitado os Estados Unidos e Canadá, Hudson parte mais uma vez em direcção à China, acompanhado da sua esposa e mais 14 missionários. Durante os quinze anos seguintes, Hudson despendeu o seu tempo visitando a América, Europa e Oceania, recrutando missionários para China. O desafio agora não era apenas de cem, mas de mil missionários.

A Sua Última Viagem

Em Abril de 1905, com 73 anos, Hudson Taylor faz a sua última viagem à China. A sua esposa Jennie havia falecido, e ele tinha passado o Inverno na Suécia. O seu filho Howard, que era médico, juntamente com a sua esposa, decidiram acompanhar Hudson nesta viagem. Ao chegar a Xangai, ele visita o cemitério de Yangchow, onde a sua esposa Maria e quatro de seus filhos foram sepultados, durante o seu trabalho naquele grande país. Após haver percorrido todos as missões estabelecidas por ele, Hudson Taylor, estabelecido agora na cidade de Changsa, deitou-se numa tarde de 1905 para descansar, e deste sono acordou nas mansões celestiais.

A voz que cinquenta e dois anos atrás havia dito a Hudson Taylor: “Vai à China”, agora dizia: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco fostes fiel, sobre muito te colocarei; ENTRA NO GOZO DO TEU SENHOR!”

A historiadora Ruth Tucker resume assim a sua vida:

"Nenhum outro missionário nos dezanove séculos desde o Apóstolo Paulo teve uma visão tão ampla e levou a cabo um plano tão sistematizado de evangelização numa área geográfica tão vasta como Hudson Taylor”.

Eugene Peterson



Eugene Peterson
Nascido em 1932, no estado de Washington (EUA), ainda jovem mudou-se com a família para Montana, onde foi criado. Casou-se com Janice Stubbs, com quem teve três filhos: Karen, Eric e Leif. Graduou-se pelo Seminário Teológico de Nova York e pela Universidade John Hopkins. Em 1962, fundou a Igreja Presbiteriana Cristo Nosso Rei, em Maryland.Foi um período crítico em sua vocação, pois, até então, assumir uma igreja estava fora de seus planos - acreditava que seu chamado era para o trabalho acadêmico. No entanto, a experiência como pastor de ovelhas não apenas proporcionou a Peterson 29 anos gratificantes de ministério, como também experiência e reconhecimento.A partir de 1991, ingressou no Seminário de Pittsburgh como autor residente. Foi quando passou a dedicar mais tempo ao ensino e à literatura, tendo produzido mais de trinta títulos. Em janeiro de 1993, tornou-se docente em Teologia Espiritual no prestigiadíssimo Regent College, no Canadá, onde atualmente é professor emérito. Além de escritor e poeta, Peterson produziu uma tradução da Bíblia, publicada sob o título The message.Embora tenha grande prestígio entre pastores e teólogos, seu público é muito maior, uma vez que abrange os cristãos interessados numa teologia sólida e bem fundamentada. Por suas reflexões equilibradas sobre a missão e a vocação do ministro cristão - o compromisso com a ortodoxia bíblica, o estímulo a uma exegese contextualizada e o cultivo de uma eclesiologia viva e dinâmica -, é chamado por muitos de "pastor de pastores".