Billy Graham (Versão Completa)

 


Billy Graham (1918-2018)

Introdução

"Nós somos as Bíblias que o mundo está lendo. Nós somos os sermões que o mundo está prestando atenção." É com essa frase marcante que falamos de um dos maiores evangelistas que o cristianismo teve: William Franklin Graham Jr. (7 de novembro de 1918 – 21 de fevereiro de 2018), conhecido como Billy Graham.

Conhecido como “metralhadora de Deus”, o pastor evangélico foi um dos líderes religiosos mais importantes do mundo. Ele foi um evangelista norte-americano, ministro ordenado da Convenção Batista do Sul e defensor dos direitos civis. Suas transmissões e turnês mundiais, apresentando sermões ao vivo, tornaram-se muito conhecidas em meados e no final do século XX. Ao longo de sua carreira, que abrangeu mais de seis décadas (de 1947 até sua aposentadoria em 2005), Graham ascendeu à proeminência como uma figura cristã evangélica nos Estados Unidos e no exterior, com um ministério reconhecido globalmente que fala da fidelidade de Deus em resposta à obediência simples.

Segundo um biógrafo, Graham foi considerado "entre os líderes cristãos mais influentes" do século XX. O autor de uma biografia sobre o pastor, William Martin, comentou que "Ele provavelmente foi o líder religioso dominante de sua era — Não mais que um ou dois Papas, talvez apenas uma ou duas pessoas, chegaram perto do que ele alcançou."

Através de suas grandes missões de pregação em massa, conhecidas como "cruzadas", e sua influência, inclusive junto a diversos presidentes dos Estados Unidos, ele alcançou reconhecimento internacional.

É o homem que pregou para o maior número de pessoas até hoje. Estimativas de público e conversões variam um pouco entre as fontes, mas todas indicam um alcance massivo. Cerca de 210 milhões de pessoas em mais de 185 países e territórios participaram de suas cruzadas evangelísticas. De acordo com a Associação Evangelística Billy Graham, ele teve um público presencial de 77 milhões de pessoas em suas missas, além de 215 milhões de fiéis que acompanharam o seu programa "Cruzadas por Cristo" pela televisão. Mais de 3 milhões de pessoas (algumas estimativas chegam a 3,2 milhões) responderam ao convite para aceitar Jesus Cristo em suas pregações. Sua audiência ao longo da vida, incluindo transmissões de rádio e televisão, provavelmente superou bilhões de pessoas. Como resultado de suas cruzadas, Graham pregou o evangelho para mais pessoas, ao vivo e pessoalmente, do que qualquer um na história do Cristianismo.

Graham repudiou abertamente a segregação racial, numa época de intenso conflito racial nos Estados Unidos, insistindo na integração racial em todos os seus reavivamentos e cruzadas, já em 1953.

Grant Wacker escreveu que, em meados da década de 1960, ele havia se tornado o "Grande Legitimador", dizendo: "Então, sua presença conferia status a presidentes, aceitabilidade a guerras, vergonha ao preconceito racial, desejabilidade à decência, desonra à indecência e prestígio a eventos cívicos."

Infância, Juventude e Conversão

Em 7 de novembro de 1918, o mundo ganhou de presente William Franklin Graham Jr., nascido em uma casa de madeira em Charlotte, Carolina do Norte. Ele foi o mais velho dos quatro filhos de Morrow Coffey e do fazendeiro de laticínios William Franklin Graham Sr., sendo de ascendência escocesa-irlandesa. Seus irmãos mais novos eram Catherine Morrow, Jean e Melvin Thomas.

Graham foi criado em uma próspera fazenda leiteira nos arredores de Charlotte. Aos nove anos, a família se mudou para uma nova casa de tijolos vermelhos próxima. Como muitos de sua época, seus pais eram trabalhadores, que conheciam o valor do dinheiro e o significado da autodisciplina. Mais incomum era sua crença em Deus e dedicação em buscar Sua sabedoria e bênção para a família e para um mundo em necessidade. Para eles, a Bíblia era a própria Palavra de Deus, e suas orações declaravam sua dependência Dele em qualquer circunstância.

Crescendo durante a Grande Depressão, aprendeu o valor do trabalho árduo na fazenda da família, mas também cultivou o hábito de leitura, uma paixão que o acompanharia por toda a vida. Ele frequentou a Sharon Grammar School, amava ler romances para meninos, especialmente Tarzan, e chegava a imitar o famoso grito, o que, segundo seu pai, o levaria a se tornar um ministro.

Aos 15 anos, quando a Lei Seca terminou em dezembro de 1933, seu pai o forçou, junto com sua irmã, a beber cerveja até que ficassem doentes. Isso criou uma aversão tão grande que os dois irmãos evitaram álcool e drogas pelo resto de suas vidas. Graham foi recusado como membro de um grupo de jovens local por ser considerado "muito mundano". Albert McMakin, que trabalhava na fazenda Graham, o persuadiu a ir assistir ao evangelista Mordecai Ham.

Embora tenha sido levado à igreja pela família desde pequeno, frequentando a Associação de Igrejas Presbiterianas Reformadas, sua decisão pessoal de seguir a Cristo veio em 1 de novembro de 1934, aos 16 anos. Essa experiência religiosa, ocorrida durante uma série de reuniões de reavivamento conduzidas pelo evangelista viajante Rev. Mordecai Ham em Charlotte, transformaria a vida daquele "garoto de fazenda tradicional" em um instrumento de Deus.

Formação e Primeiros Passos no Ministério

Aos 18 anos, em 1936, foi estudar na Faculdade Bob Jones (atual Bob Jones University), no Cleveland, Tennessee. Contudo, não se adaptou, e em janeiro de 1937, transferiu-se para o Florida Bible Institute (atual Trinity College) em Temple Terrace, Flórida. Ele considerou o curso e as regras da Bob Jones muito legalistas, e quase foi expulso, mas Bob Jones Sr. o advertiu: "Na melhor das hipóteses, tudo o que você conseguiria ser seria um pobre pregador batista do interior em algum lugar no meio do nada... Você tem uma voz que atrai. Deus pode usar essa sua voz. Ele pode usá-la poderosamente."

Deus tinha grandes planos para Billy Graham! Em maio de 1934, empresários cristãos de Charlotte organizaram uma reunião de oração de um dia inteiro na fazenda da família Graham. Naquele dia, foi levantada uma oração específica: para que, de Charlotte, o Senhor levantasse alguém para pregar o Evangelho até os confins da terra.

Enquanto estudante no Florida Bible Institute, que lhe proporcionou uma formação sólida nas Escrituras, ele concluiu o curso de teologia em 1940. Ali pregou seu primeiro sermão na Bostwick Baptist Church, perto de Palatka, Flórida. Em sua autobiografia, Graham escreveu sobre receber seu chamado no 18º green do Temple Terrace Golf and Country Club. Um parque memorial foi posteriormente estabelecido no Rio Hillsborough, onde Graham frequentemente remava uma canoa para uma pequena ilha no rio, praticando a pregação para pássaros, jacarés e troncos de ciprestes.

Em 1939, Graham foi ordenado a pastor pela Igreja Batista Peniel em Palatka, Flórida, por um grupo de clérigos batistas do sul, atuando como ministro ordenado da Convenção Batista do Sul. Convicto de que sua educação era deficiente, matriculou-se no Wheaton College, em Illinois, estudando antropologia.

Em Wheaton, ele decidiu aceitar a Bíblia como a palavra infalível de Deus. Ele caminhou na floresta uma noite buscando a direção de Deus para sua fé. A resposta? A Bíblia – selada por uma oração: “Pai, vou aceitar isso como Tua Palavra – pela fé! Vou permitir que a fé vá além das minhas perguntas e dúvidas intelectuais, e vou acreditar que esta é a Tua Palavra inspirada.” Com essa convicção, ele se graduou em antropologia em 1943.

Em 1941, enquanto frequentava Wheaton, Graham foi convidado a pregar na United Gospel Tabernacle, onde, após oração e conselho, aceitou o pastorado.

No mesmo ano de 1943 em que se formou, casou-se com a colega Ruth McCue Bell, filha de L. Nelson Bell, um cirurgião missionário que passou os 17 primeiros anos de sua vida na China. Eles teriam 5 filhos.

Após a graduação, Billy se candidatou para ser capelão no Exército dos EUA, mas foi informado de que precisava de experiência pastoral primeiro. Ele então aceitou um chamado para uma pequena igreja Batista em Western Springs, Illinois, onde pastoreou. Lá, ele decidiu assumir o programa de rádio "Songs in the Night" de seu amigo Torrey Johnson, lançando o novo programa em 2 de janeiro de 1944, e recrutando o baixo-barítono canadense George Beverly Shea como diretor de ministério de rádio e solista do programa.

Embora tenha recebido uma comissão como Segundo Tenente no exército, contraiu caxumba em outubro de 1944 e foi dispensado devido à doença e à proximidade do fim da guerra.

Em 1945, Billy foi convidado a se tornar o primeiro organizador em tempo integral da Youth for Christ (YFC), uma organização não denominacional fundada para o ministério de jovens e militares. Isso estabeleceu um caminho vitalício para ele como evangelista. Em seu primeiro ano como evangelista da YFC, Graham falou em 47 estados dos EUA e viajou extensivamente pelos Estados Unidos e Europa no pós-guerra imediato, fazendo sua primeira viagem ao exterior em 1946.

Em 1948, em um quarto de hotel em Modesto, Califórnia, Graham e sua equipe evangelística estabeleceram o Manifesto de Modesto: um código de ética para a vida e o trabalho para proteger contra acusações de abuso financeiro, sexual e de poder. Criaram diretrizes para coletar ofertas, orientações para aconselhamentos com homens e mulheres (nunca ficar sozinho com uma mulher que não fosse sua esposa, a menos que outra pessoa esteja presente – conhecida como a "Regra de Billy Graham"), entre outras. Quanta hombridade esse homem tinha!

Graham tinha 29 anos quando se tornou presidente do Northwestern Bible College em Minneapolis em 1948, sendo o presidente mais jovem de uma faculdade ou universidade no país. Ele ocupou o cargo por quatro anos antes de renunciar em 1952, recusando um convite de Charles Templeton para cursar o Princeton Theological Seminary.

O Crescimento do Ministério e a Era das Cruzadas

A ascensão de Graham como evangelista ocorreu em um momento propício para os protestantes do século XX nos Estados Unidos, que estavam profundamente divididos após as controvérsias entre fundamentalismo e modernismo nos anos 1920, exacerbadas pelo Julgamento de Scopes em 1925.

No final dos anos 1940, seu colega evangelista da Youth for Christ, Charles Templeton, o desafiou a cursar seminário para aprofundar seus conhecimentos teológicos. Graham considerou a possibilidade, mas em 1949, durante um retiro espiritual nas montanhas de San Bernardino, Califórnia, decidiu deixar de lado suas dúvidas intelectuais sobre o Cristianismo e simplesmente "pregar o evangelho".

A primeira Cruzada Billy Graham foi realizada de 13 a 21 de setembro de 1947, no Civic Auditorium em Grand Rapids, Michigan, e contou com a presença de 6.000 pessoas. Naquela época, Graham tinha 28 anos e costumava alugar grandes espaços (como estádios, parques e até ruas). À medida que as multidões cresciam, ele organizava um coro de até 5.000 pessoas para cantar. Ele pregava o evangelho e convidava as pessoas a se adiantarem (uma prática iniciada por Dwight L. Moody); essas pessoas eram chamadas de "interessados" e tinham a oportunidade de conversar individualmente com um conselheiro para esclarecer dúvidas e orar juntos. Os interessados frequentemente recebiam uma cópia do Evangelho de João ou um livreto de estudo bíblico.

Uma cruzada realizada em Los Angeles em 1949 o catapultou inesperadamente para o reconhecimento público. Originalmente planejada para durar três semanas, o evento, realizado em tendas de circo em um estacionamento, foi estendido para oito semanas, com multidões enchendo dia após dia uma enorme tenda que ficou conhecida como "Catedral de Lona" na esquina das ruas Washington e Hill. Ele atraiu cobertura da mídia nacional, especialmente na conservadora rede de jornais Hearst, embora Hearst e Graham nunca tenham se encontrado. O magnata de jornais William Randolph Hearst, impressionado com sua pregação e retórica anticomunista, instruiu seus jornais a "promover Graham", atraindo milhares de visitantes curiosos, incluindo estrelas de Hollywood e até gangsters. O pianista Rudy Atwood, que tocou nas reuniões na tenda, escreveu que elas "catapultaram Billy Graham para a proeminência nacional e resultaram na conversão de várias personalidades do show business".

De Los Angeles, Graham empreendeu cruzadas evangelísticas pelo país e pelo mundo. Em 1953, ele recusou uma oferta da NBC de um contrato de cinco anos e 1 milhão de dólares para aparecer na televisão, optando por continuar suas turnês de reavivamento ao vivo.

As cruzadas, eventos evangélicos de massa que organizava desde 1948 em estádios, parques e outros locais públicos, tinham como foco principal de seus sermões: "Jesus Cristo é o único Caminho de Salvação."

Uma cruzada de 12 semanas em Londres (1954) lhe trouxe reconhecimento internacional, e uma cruzada de 16 semanas em Nova Iorque (1957) no Madison Square Garden, que ocorreu diariamente por 16 semanas, confirmou sua posição como um dos principais evangelistas cristãos da história.

A primeira grande cruzada internacional na Austrália, em 1959, fez história por ter sido a que abriu o período de evangelização em massa no país, levando à abertura ininterrupta de igrejas por mais de 15 anos.

Por décadas, ele realizou inúmeras cruzadas em estádios e arenas esportivas nos Estados Unidos e Canadá, bem como na Índia, África, Austrália, América do Sul, Oriente Médio, Europa e outras partes do mundo. As cruzadas de Graham eram feitas em lugares onde outros evangelistas consideravam impossível, o que lhe rendeu uma reputação privilegiada. Durante a Guerra Fria, ele falou a grandes multidões em países da Europa Oriental e na União Soviética.

Uma viagem em 1977 à Hungria, então sob regime comunista, abriu uma nova fase em seu ministério, permitindo-lhe posteriormente conduzir cruzadas em praticamente todos os países do antigo Bloco Oriental (incluindo a União Soviética), assim como na China e Coreia do Norte. Ele, inclusive, foi um dos únicos a penetrar na Rússia Comunista e pregar a palavra de Deus.

Em Durban, África do Sul, em 1973, em um comício com a presença de 100.000 pessoas — o primeiro grande evento multirracial na África do Sul do apartheid — Graham declarou abertamente que "o apartheid é um pecado". Em Moscou, Rússia, em 1992, um quarto das 155.000 pessoas na audiência de Graham se adiantou ao seu chamado. Durante suas cruzadas, ele frequentemente usava a canção de apelo ao altar, "Just As I Am". Em 1995, durante o evento Global Mission, ele pregou um sermão em San Juan, Porto Rico, que foi transmitido por satélite para 185 países e traduzido para 116 idiomas.

A última cruzada oficial de Billy Graham foi realizada na Cidade de Nova Iorque em junho de 2005, no Flushing Meadows Park. Mas em março de 2006, Billy Graham organizou o "Festival da Esperança", junto com seu filho, Franklin Graham, em Nova Orleans. O festival tinha como objetivo a recuperação da cidade depois da passagem do Furacão Katrina. Mais de 1.360 pessoas foram convertidas durante o evento, que foi apoiado por 215 igrejas na área metropolitana de Nova Orleans.

Mídia, Organização e Publicações

Billy Graham é reconhecido como pioneiro no uso de novas ferramentas eletrônicas e visuais para pregar o Evangelho, como rádio, filmes, televisão e telefones, as quais desempenharam um papel importante na expansão de seu ministério. Começando em 1989, uma série de cruzadas via satélite expandiu sua pregação para audiências ao vivo em mais de 185 países e territórios. De remotas vilas tribais a grandes capitais mundiais, Billy Graham sempre buscou cumprir a ordem final de Cristo: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura".

Em 1950, fundou a Billy Graham Evangelistic Association (BGEA) com sede em Minneapolis, arquivando os documentos de incorporação em St. Paul, MN. A associação se mudou para Charlotte, Carolina do Norte, em 2003, e mantém vários escritórios internacionais, como em Hong Kong, Tóquio e Buenos Aires. A Associação Billy Graham manteve trabalhos missionários ao redor do mundo.

A BGEA opera como uma organização sofisticada por trás de suas cruzadas, com extenso trabalho de preparação (cobertura midiática favorável, cooperação com líderes políticos, coordenação com igrejas locais) e um programa de acompanhamento para novos convertidos. Mais de 3,2 milhões de pessoas responderam ao convite nas Cruzadas Billy Graham para "aceitar Jesus Cristo como seu salvador pessoal".

As iniciativas da BGEA incluíram o "Hour of Decision", um programa de rádio semanal transmitido mundialmente para todo o mundo aos domingos por mais de 50 anos (durou até 2016), programas de televisão que são transmitidos em redes nacionais cristãs, a coluna sindicalizada em jornais "My Answer" (distribuída pela Tribune Content Agency a nível nacional e internacional), e a revista "Decision", a publicação oficial da associação (fundada em 1960, com circulação em diversas línguas e países).

Ele co-fundou a revista "Christianity Today" com o Dr. L. Nelson Bell, com o primeiro número enviado em 15 de outubro de 1956. Outros ministérios da BGEA incluem Passageway.org (programa de discipulado juvenil) e World Wide Pictures, que produziu e distribuiu mais de 130 filmes.

Em abril de 2013, a BGEA iniciou "My Hope With Billy Graham", o maior alcance em sua história. Isso encorajou membros da igreja a espalhar o evangelho em reuniões de pequenos grupos, após exibir uma mensagem em vídeo de Graham. A ideia era que os cristãos seguissem o exemplo do discípulo Mateus no Novo Testamento e espalhassem o evangelho em suas próprias casas. O vídeo "The Cross" foi o programa principal na série "My Hope America" e também foi transmitido na semana do 95º aniversário de Graham.

"Ele foi um homem que tinha propósito; a dedicação em vida. Ele sabia para onde estava indo." — Ruth Bell Graham.

Graham publicou mais de 30 livros, alguns mencionam cerca de 34 livros, muitos dos quais se tornaram best-sellers e foram traduzidos para diversos idiomas. Entre seus livros estão "Peace with God" (Paz com Deus) (1953), "Anjos: Agentes Secretos de Deus" (1975), "Como Nascer de Novo" (1977), "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse" (1983) e sua autobiografia "Just As I Am: The Autobiography of Billy Graham" (Assim como sou), publicada em 1997 e atualizada em 2007.

O livro "Voltando para Casa" (título original "Nearing Home"), lançado em 2012, foi escolhido como o livro do ano pela Associação de Publicadoras Cristãs. Seu livro mais recente, "Where I Am: Heaven, Eternity, and Our Life Beyond the Now" (Onde estou: Céu, Eternidade e Nossa Vida Além), foi lançado em 2015. Nos anos 1970, "The Jesus Generation" vendeu 200.000 cópias nas primeiras duas semanas, e "Angels: God's Secret Agents" vendeu um milhão de cópias em 90 dias.

Student Ministry

Graham falou na Conferência de Missões Estudantis Urbana da InterVarsity Christian Fellowship pelo menos nove vezes – em 1948, 1957, 1961, 1964, 1976, 1979, 1981, 1984 e 1987. Em cada conferência Urbana, ele desafiava os milhares de participantes a fazerem um compromisso de seguir Jesus Cristo pelo resto de suas vidas. Ele frequentemente citava a frase de seis palavras que teria sido escrita na Bíblia de William Whiting Borden: "Sem reservas, sem recuos, sem arrependimentos" (No reserves, no retreat, no regrets). Borden faleceu no Egito a caminho do campo missionário.

Graham também realizou reuniões evangelísticas em várias universidades: na Universidade de Minnesota (1950–51), uma missão de 4 dias na Universidade de Yale (1957) e uma série de reuniões de uma semana no Carmichael Auditorium da Universidade da Carolina do Norte em setembro de 1982. Em 1955, ele foi convidado por estudantes da Universidade de Cambridge para liderar a missão na universidade, organizada pela Cambridge Inter-Collegiate Christian Union, com o pastor-teólogo londrino John Stott atuando como assistente principal de Graham. Este convite foi recebido com muita desaprovação nas colunas de correspondência do jornal The Times.

Relações Políticas e Críticas

Graham foi amigo e pastor de todos os presidentes dos EUA desde a década de 50. Ele era tão influente e "usado por Deus", que se tornou conselheiro espiritual de praticamente todos os presidentes norte-americanos. Pregou para as pessoas mais poderosas e influentes do século XX, incluindo reis, rainhas, presidentes, intelectuais, artistas e religiosos. Foi convidado por governantes poderosos da terra para visitar seus respectivos países, inclusive líderes ateus de países comunistas. Graham encontrou-se com homens como Mikhail Gorbachev (presidente da ex-União Soviética), Boris Yeltsin (presidente da Rússia), Li Peng (primeiro-ministro da China) e Kim Il Sung (ditador da Coreia do Norte).

Graham, segundo seu próprio relato, desfrutou de relações próximas com vários presidentes americanos, de Harry S. Truman a Barack Obama – 12 presidentes consecutivos. Os presidentes americanos faziam questão de comparecer às cruzadas promovidas por Billy Graham e pediam orações por seus governos e pelos Estados Unidos.

Seu encontro com Harry Truman no Salão Oval em 1950 não impressionou o presidente, com Graham contando à imprensa que havia instado Truman a combater o comunismo na Coreia do Norte. Truman não gostou dele e não falou com ele por anos após essa reunião, chegando a expressar seu desprezo em sua autobiografia de 1974, "Plain Speaking", chamando Graham de "um desses falsificados" e afirmando que ele só estava interessado em aparecer nos jornais.

Graham tornou-se um visitante regular durante o mandato de Dwight D. Eisenhower. Ele teria o instado a intervir com tropas federais no caso dos Little Rock Nine para garantir a admissão de estudantes negros em escolas públicas. O Presidente da Câmara, Sam Rayburn, persuadiu o Congresso a permitir que Graham conduzisse o primeiro serviço religioso nos degraus do edifício do Capitólio em 1952. Eisenhower pediu por Graham em seu leito de morte.

Ele se tornou amigo próximo do vice-presidente Richard Nixon e o apoiou na eleição presidencial de 1960. Embora fosse um democrata registrado, Graham simpatizava fortemente com as visões de Nixon sobre a política externa americana, especialmente seu anticomunismo, o que o tornava mais simpático às administrações republicanas.

Durante a campanha presidencial de 1960, na qual Nixon era o candidato republicano, Graham se reuniu em Montreux, Suíça, com Norman Vincent Peale e outros líderes protestantes para elaborar uma estratégia para dificultar a campanha de John F. Kennedy, o candidato democrata e católico romano. Graham organizou uma reunião de centenas de ministros protestantes em Washington, D.C., em setembro de 1960, para esse fim, pouco antes do discurso de Kennedy em Houston sobre a separação entre Igreja e Estado.

Após a eleição, Kennedy convidou Graham para jogar golfe, após o que Graham reconheceu a eleição de Kennedy como uma oportunidade para católicos e protestantes se aproximarem. Eles permaneceram em contato, encontrando-se pela última vez em uma reunião do Dia Nacional de Oração em fevereiro de 1963. Em sua autobiografia, Graham afirmou ter sentido um "pressentimento interior" na semana anterior ao assassinato de Kennedy e ter tentado contatá-lo para dizer: "Não vá para o Texas!".

Em contraste com seu acesso mais limitado a Truman, Eisenhower e Kennedy, Graham não apenas visitava os aposentos privados da Casa Branca, mas também se ajoelhava ao lado da cama de Lyndon B. Johnson para orar com ele, a pedido do presidente. Graham lembrou: "Eu quase usei a Casa Branca como hotel quando Johnson era Presidente. Ele sempre tentava me manter lá. Ele simplesmente nunca queria que eu fosse embora." Johnson foi o primeiro presidente em exercício a comparecer a uma cruzada de Graham, em Houston, em 1965. Graham jogou golfe com Gerald Ford e mergulhou na piscina da Casa Branca com Lyndon Johnson, tirou férias com George H. W. Bush e passou a noite na Casa Branca no primeiro dia do mandato de Richard Nixon.

Durante a eleição de 1964, apoiadores de Barry Goldwater buscaram o endosso de Graham, mas ele permaneceu neutro, apoiando as políticas domésticas de Johnson e buscando preservar a amizade. Após a vitória de Johnson, o papel de Graham como principal pastor da Casa Branca se solidificou. Um biógrafo reconheceu que Graham era mais próximo de Johnson do que de qualquer outro presidente.

Graham passou a última noite da presidência de Johnson e a primeira noite da presidência de Nixon na Casa Branca. Após a vitória de Nixon em 1968, Graham se tornou um conselheiro, visitando regularmente a Casa Branca e liderando os cultos privados do presidente. Em 1970, em uma de suas cruzadas, Billy Graham recebeu o então presidente Richard Nixon. Em uma reunião com Golda Meir, Nixon ofereceu a Graham a embaixada em Israel, mas ele recusou. Em 1970, Nixon apareceu em um reavivamento de Graham no leste do Tennessee, que eles consideravam politicamente seguro, mas atraiu uma das maiores multidões de manifestantes contra a Guerra do Vietnã no estado. Nixon foi o primeiro presidente a discursar de uma plataforma de evangelista.

Sua amizade com Nixon ficou tensa em 1973, quando Graham repreendeu Nixon por seu comportamento pós-Watergate e a linguagem vulgar ouvida nas fitas. Eles finalmente se reconciliaram após a renúncia de Nixon. Graham oficiou em um enterro e um funeral presidencial. Ele presidiu os serviços à beira do túmulo do presidente Lyndon B. Johnson em 1973 e participou da eulogia. Graham oficiou nos serviços fúnebres da ex-primeira-dama Pat Nixon em 1993 e no funeral de Richard Nixon em 1994.

Durante o escândalo Monica Lewinsky, Graham afirmou acreditar que o presidente Bill Clinton era "uma pessoa espiritual". Ele não pôde comparecer ao funeral de Ronald Reagan em 2004 devido à recuperação de uma cirurgia no quadril, o que foi mencionado por George W. Bush em sua eulogia. George W. Bush creditou a Graham sua redescoberta da fé. Em 25 de abril de 2010, quando suas viagens se tornaram difíceis por motivos de saúde, o presidente Barack Obama viajou para a Carolina do Norte para se encontrar com o pastor.

Os laços próximos com a Casa Branca traziam benefícios mútuos: Graham ganhou a reputação de pastor dos presidentes, enquanto os políticos se aproveitavam do potencial eleitoral religioso. "Suas vidas pessoais eram difíceis — disse o democrata Graham em entrevista à revista 'Time', em 2007. — Mas eu amava a todos. Admirava todos. Eu sabia que eles carregavam responsabilidades além de qualquer coisa que eu poderia saber ou compreender."

Graham buscou evitar o partidarismo explícito após suas relações próximas com Johnson e Nixon. Ele recusou-se a assinar ou endossar declarações políticas e se distanciou da direita cristã. Seus primeiros anos de oposição feroz ao comunismo deram lugar a pedidos de desarmamento militar e atenção a questões como AIDS, pobreza e ameaças ambientais.

Graham se inclinou para os republicanos durante a presidência de Richard Nixon. No entanto, ele não se alinhou completamente com a direita religiosa posterior, dizendo que Jesus não tinha um partido político. Ele deu seu apoio a vários candidatos políticos ao longo dos anos.

Em 2007, Graham explicou sua recusa em ingressar na Moral Majority de Jerry Falwell em 1979, dizendo: "Eu sou pela moralidade, mas a moralidade vai além do sexos para a liberdade humana e a justiça social. Nós, como clérigos, sabemos muito pouco para falar com autoridade sobre o Canal do Panamá ou a superioridade dos armamentos. Os evangelistas não podem estar intimamente identificados com nenhum partido ou pessoa em particular. Temos que ficar no meio para pregar a todas as pessoas, de direita e de esquerda. No passado, não fui fiel ao meu próprio conselho. Serei no futuro."

Segundo uma entrevista à Newsweek em 2006, "Para Graham, a política é secundária ao Evangelho." Quando perguntado se ministros deveriam se envolver em política, ele respondeu: "Sabe, eu acho que de certa forma isso tem que depender do indivíduo conforme ele se sente guiado pelo Senhor. Muitas coisas que comentei anos atrás não teriam sido do Senhor, tenho certeza, mas acho que você tem algumas – como comunismo ou segregação, sobre as quais acho que você tem a responsabilidade de se manifestar." Em 2011, ele disse que às vezes cruzou a linha e teria preferido evitar a política.

Em 2012, Graham endossou publicamente o candidato presidencial republicano, Mitt Romney. Pouco depois, aparentemente para acomodar Romney, que é mórmon, referências ao mormonismo como um culto religioso foram removidas do site de Graham. Observadores questionaram se o apoio à política republicana e da direita religiosa vindo de Graham – que parou de falar em público – de fato refletia as visões de seu filho, Franklin. Franklin negou isso. Em 2016, segundo seu filho Franklin, Graham votou em Donald Trump. Esta afirmação foi contestada por outros filhos e netos de Billy Graham, que argumentam que ele estava muito doente para votar, e que reiteraram que o maior arrependimento declarado de Billy Graham na vida foi se envolver em política partidária.

Relação com a Rainha Elizabeth II

Graham teve uma relação amigável com a Rainha Elizabeth II e foi frequentemente convidado pela Família Real para eventos especiais. Eles se conheceram em 1955, e Graham pregou na Capela de Windsor a convite da Rainha no ano seguinte. Sua relação amigável pode ter sido devido ao fato de compartilharem uma abordagem tradicional dos aspectos práticos da fé cristã.

Visões sobre Política Externa

Graham foi franco contra o comunismo e apoiou a política americana da Guerra Fria, incluindo a Guerra do Vietnã. Em uma carta secreta de 15 de abril de 1969, tornada pública vinte anos depois, Graham encorajou Nixon a bombardear os diques no Vietnã do Norte se as negociações de paz em Paris falhassem. Essa ação, pela estimativa de Nixon, teria matado um milhão de pessoas.

Em 1982, Graham pregou na União Soviética e participou de uma cerimônia de colocação de coroas de flores para homenagear os mortos da Segunda Guerra Mundial, quando os soviéticos eram aliados americanos na luta contra o nazismo. Ele expressou medo de um segundo holocausto, não contra judeus, mas um "holocausto nuclear", e aconselhou que "nossa maior contribuição para a paz mundial é viver com Cristo todos os dias."

Em um discurso de 1999, Graham discutiu sua relação com o falecido líder norte-coreano Kim Il Sung, elogiando-o como um "tipo diferente de comunista" e "um dos grandes lutadores pela liberdade em seu país contra os japoneses". Graham acrescentou que, embora nunca tivesse conhecido o filho de Kim e então líder norte-coreano Kim Jong Il, ele havia "trocado presentes com ele". Ele pregou no antigo campo de concentração nazista de Auschwitz, pregou para tropas no Vietnã debaixo de chuva e no meio da guerra.

Controvérsias

Acusações de Antissemitismo:

Durante o caso Watergate, houve sugestões de que Graham havia expressado opiniões antissemitas em discussões privadas com Richard Nixon; ele negou isso, enfatizando seus esforços para construir pontes com a comunidade judaica.

Em 2002, a controvérsia foi renovada quando fitas "desclassificadas" de Richard Nixon confirmaram declarações feitas por Graham a Nixon três décadas antes. Capturado nas fitas, Graham concordou com Nixon que os judeus controlam a mídia americana, chamando isso de "estrangulamento" durante uma conversa em 1972 com Nixon, e sugerindo que se Nixon fosse reeleito, eles poderiam fazer algo a respeito.

Quando as fitas foram tornadas públicas, Graham pediu desculpas e disse: "Embora eu não tenha memória da ocasião, lamento profundamente os comentários que aparentemente fiz em uma conversa no Salão Oval com o Presidente Nixon... há cerca de 30 anos. ... Eles não refletem minhas visões e sinceramente peço desculpas por qualquer ofensa causada pelos comentários." A revista Newsweek comentou que "o choque da revelação foi amplificado por causa do apoio de longa data de Graham a Israel e sua recusa em participar de chamados para a conversão dos judeus".

Em 2009, mais fitas de Nixon foram divulgadas, nas quais Graham é ouvido em uma conversa de 1973 com Nixon referindo-se a um grupo de jornalistas judeus como "a sinagoga de Satanás". Um porta-voz de Graham disse que Graham nunca foi antissemita e que a comparação (de acordo com o contexto da citação no Livro do Apocalipse) foi dirigida especificamente àqueles que afirmavam ser judeus, mas não seguiam os valores judaicos tradicionais.

Ecumenismo e Inclusivismo:

Após uma cruzada em Nova Iorque em 1957, alguns cristãos protestantes mais fundamentalistas criticaram Graham por seu ecumenismo, chegando a chamá-lo de "Anticristo".

Graham expressou visões inclusivistas, sugerindo que pessoas sem fé explícita em Jesus podem ser salvas. Em uma entrevista de 1997 com Robert Schuller, Graham disse: "Acho que todo mundo que ama ou conhece Cristo, quer seja consciente disso ou não, são membros do corpo de Cristo... [Deus] está chamando pessoas do mundo para o Seu nome, quer venham do mundo muçulmano, do mundo budista ou do mundo não crente, são membros do Corpo de Cristo porque foram chamados por Deus. Podem não saber o nome de Jesus, mas sabem em seus corações que precisam de algo que não têm, e se voltam para a única luz que possuem, e acho que são salvos e estarão conosco no céu." Iain Murray, escrevendo de um ponto de vista protestante conservador, argumenta que "as concessões de Graham são palavras tristes de alguém que uma vez falou com base em certezas bíblicas."

Visões sobre as Mulheres:

Em 1970, Graham declarou que o feminismo era "um eco de nossa filosofia geral de permissividade" e que as mulheres não queriam ser "máquinas competitivas contra machistas". Ele afirmou ainda que o papel de esposa, mãe e dona de casa era o destino da "verdadeira feminilidade" de acordo com a ética judaico-cristã. As afirmações de Graham, publicadas na Ladies' Home Journal, suscitaram cartas de protesto e foram oferecidas como refutação ao estabelecimento da seção "O Novo Feminismo" da publicação, que havia sido adicionada após um protesto no escritório da revista exigindo representação feminina na equipe.

Sua filha Bunny contou que seu pai negou a ela e às irmãs uma educação superior. "Nunca houve uma ideia de carreira para nós", disse ela. "Eu queria ir para a escola de enfermagem – Wheaton tinha um programa de cinco anos – mas papai disse não. Sem motivo, sem explicação, apenas 'Não'. Não foi confrontador e ele não estava bravo, mas quando ele decidiu, foi o fim." Ela acrescentou: "Ele se esqueceu disso. Mamãe não." Sua filha Anne é ministra cristã, liderando a organização AnGeL Ministries.

Graham convenceu sua futura esposa, Ruth, a abandonar sua ambição de evangelizar no Tibete em favor de ficar nos Estados Unidos para se casar com ele – e que fazer o contrário seria "frustrar a vontade óbvia de Deus". Depois que Ruth concordou em se casar com ele, Graham citou a Bíblia para reivindicar autoridade sobre ela, dizendo: "então eu farei a liderança e você fará o seguimento". Segundo seu obituário, Ruth foi ativa no ministério cristão após o casamento, frequentemente ensinando na Escola Dominical. O obituário de Ruth afirma que, além de seus dois filhos, todas as três filhas de Graham também se tornariam ministras cristãs.

Visões sobre a Homossexualidade:

Graham considerava a homossexualidade um pecado, e em 1974 a descreveu como "uma forma sinistra de perversão". Em 1993, ele disse que achava que a AIDS poderia ser um "julgamento" de Deus, mas duas semanas depois retratou a afirmação, dizendo: "Eu não acredito nisso e não sei por que disse isso."

Graham se opôs ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, afirmando que "Acredito que o lar e o casamento são a base da nossa sociedade e devem ser protegidos." Seu obituário observou que sua posição declarada era que ele não queria falar sobre a homossexualidade como uma questão política. Segundo uma fonte, após o incidente de 1993, Graham "largamente evitou o assunto".

No entanto, Graham pareceu adotar uma abordagem mais tolerante à questão da homossexualidade quando apareceu no episódio de 2 de maio de 1997 do programa 20/20, afirmando: "Eu acho que a Bíblia ensina que a homossexualidade é um pecado, mas a Bíblia também ensina que o orgulho é um pecado, a inveja é um pecado, e o ódio é um pecado, pensamentos malignos são um pecado, e então eu não acho que a homossexualidade deva ser escolhida como o pecado avassalador que estamos fazendo hoje."

Em 2012, Graham e seu filho, Franklin, endossaram publicamente a Emenda 1 da Carolina do Norte, uma medida para proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo no estado. Ambos condenaram a declaração pública de apoio do Presidente Obama ao casamento entre pessoas do mesmo sexo mais tarde naquele ano. Observadores questionaram se o apoio à política republicana e da direita religiosa vindo de Graham – que parou de falar em público – de fato refletia as visões de seu filho, Franklin. Franklin negou isso. Em 2016, segundo seu filho Franklin, Graham votou em Donald Trump. Esta afirmação foi contestada por outros filhos e netos de Billy Graham, que argumentam que ele estava muito doente para votar, e que reiteraram que o maior arrependimento declarado de Billy Graham na vida foi se envolver em política partidária.

Vida Pessoal e Família

Billy Graham casou-se com Ruth McCue Bell em 13 de agosto de 1943. Ruth era filha de missionários presbiterianos na China, e seu pai, L. Nelson Bell, era cirurgião-geral. Ruth faleceu em 14 de junho de 2007, aos 87 anos. O casal foi casado por quase 64 anos.

Graham e sua esposa tiveram cinco filhos juntos: Virginia (Gigi) Leftwich Graham Tchividjian (n. 1945), palestrante motivacional e autora; Anne Graham Lotz (n. 1948), líder dos ministérios AnGeL; Ruth Graham (n. 1950), fundadora e presidente da Ruth Graham & Friends e líder de conferências; Franklin Graham (n. 1952), presidente e CEO da Billy Graham Evangelistic Association e da organização de ajuda internacional Samaritan's Purse; e Nelson Edman Graham (n. 1958), pastor que dirige a East Gates Ministries International, que distribui literatura cristã na China. Após a doença do pai, Franklin Graham passou a cuidar da instituição e das cruzadas, e seu filho, Will Graham, organiza cruzadas entre os jovens.

Na época de sua morte, aos 99 anos em 2018, Graham deixou 5 filhos, 19 netos (incluindo Tullian Tchividjian e Will Graham) e 41 bisnetos (a Editora dos Clássicos menciona 28 bisnetos). Ele também deixou 6 trinetos.

Aqueles que o conheceram melhor se lembrarão de sua compaixão, humor, amor pela família e amigos, integridade, humildade e disposição para aprender com os outros, suas experiências e até seus erros.

Em 1953, ele se tornou membro da First Baptist Church Dallas, embora nunca tenha morado no Texas. Em 2008, ele mudou sua afiliação para a First Baptist Church de Spartanburg, Carolina do Sul, a cerca de 1,5 horas de carro de sua casa em Montreat, Carolina do Norte.

Últimos Anos, Saúde e Morte

Durante a década de 1980, enquanto outros pregadores de televisão se envolviam em escândalos sensacionalistas, Graham permaneceu acima das controvérsias, e ao longo de uma carreira que durou mais de meio século, poucas pessoas questionaram sua integridade.

Graham disse que sua aposentadoria planejada foi resultado de sua saúde debilitada; ele sofreu de hidrocefalia a partir de 1992 e, em 2010, experimentava perda substancial de visão, audição e equilíbrio. Há muito tempo já não estava mais na ativa devido à sua enfermidade, sofrendo de Mal de Parkinson.

Em agosto de 2005, Graham, então com 86 anos, apareceu na cerimônia de lançamento da pedra fundamental de sua biblioteca em Charlotte, Carolina do Norte, usando um andador. Em 9 de julho de 2006, ele falou no Metro Maryland Franklin Graham Festival, realizado em Baltimore, Maryland. Os eventos mais recentes de seu ministério também incluíram a mensagem de esperança para as vítimas do Furacão Katrina em Nova Orleans (março de 2006) e a dedicação da Biblioteca Billy Graham em maio de 2007, aos 88 anos, um evento que contou com a presença de ex-presidentes.

Em abril de 2010, aos 91 anos, ele fez uma rara aparição pública na reinauguração da Biblioteca Billy Graham renovada. Em novembro de 2013, sua mensagem foi o foco da iniciativa "My Hope with Billy Graham", para a qual ele preparou um último sermão em vídeo, exibido entre 7 e 10 de novembro de 2013, na semana de seu 95º aniversário, com a esperança de causar um reavivamento. Entre os cerca de 800 convidados presentes no seu 95º aniversário, estavam a política republicana Sarah Palin e o então magnata Donald Trump, atual ocupante da Casa Branca.

Houve controvérsia dentro de sua família sobre o local de seu sepultamento. Ele anunciou em junho de 2007 que ele e sua esposa seriam enterrados juntos na Biblioteca Billy Graham. Seu filho mais novo, Ned, argumentou com o filho mais velho, Franklin, sobre a adequação do local, já que Ruth Graham queria ser enterrada nas montanhas no Billy Graham Training Center em The Cove, perto de Asheville. Após a morte de Ruth, foi decidido que seriam enterrados no local da biblioteca, conforme desejado por Franklin.

Em 2011, quando perguntado se teria feito as coisas de forma diferente, ele disse que teria passado mais tempo em casa com a família, estudado mais e pregado menos. Adicionalmente, disse que teria participado de menos conferências e tinha o hábito de aconselhar evangelistas a economizar tempo e evitar muitos compromissos.

Billy Graham faleceu de causas naturais na manhã de quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018, em sua residência em Montreat, Carolina do Norte, aos 99 anos. O seu falecimento deixou o mundo inteiro consternado.

Em 28 de fevereiro e 1º de março de 2018, Graham se tornou o quarto cidadão privado na história dos Estados Unidos a ter seu corpo velado na Rotunda do Capitólio em Washington, D.C., e o primeiro líder religioso a ser assim honrado. Na cerimônia, líderes do Congresso o chamaram de "pastor da América", e o Presidente Donald Trump o chamou de "embaixador de Cristo". O televangelista Jim Bakker também prestou homenagem, chamando-o de maior pregador desde Jesus e recordando uma visita de Graham na prisão.

Um funeral privado foi realizado em 2 de março de 2018. Graham foi sepultado ao lado de sua esposa no Jardim de Oração, no lado nordeste da Biblioteca Billy Graham em Charlotte, Carolina do Norte. Seu caixão de compensado de pinho foi feito à mão em 2006 por condenados da Penitenciária Estadual da Louisiana e coroado com uma cruz de madeira pregada pelos prisioneiros.

Ele é homenageado com uma comemoração no calendário litúrgico da Igreja Anglicana na América do Norte em 21 de fevereiro. Em 16 de maio de 2024, uma estátua de bronze de Graham foi inaugurada no Capitólio dos EUA.

Legado, Prêmios e Reconhecimento

O apelo popular de Graham foi resultado de sua extraordinária carisma, pregação contundente e mensagem simples de pecado e salvação. Seu compromisso pela simplicidade da mensagem do evangelho serviu de estrutura e suporte para cada aspecto de sua vida e ministério.

De remotas vilas tribais a grandes capitais mundiais, Billy Graham sempre buscou cumprir a ordem final de Cristo: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura". Ele ajudou a moldar a visão de mundo de um grande número de pessoas de diferentes origens, levando-as a encontrar uma relação entre a Bíblia e pontos de vista seculares contemporâneos.

"Acho que Billy tocou os corações não só dos cristãos, mas de pessoas de todas as crenças, porque ele era um homem muito bom." — George H. W. Bush.

Ele apareceu na lista da Pesquisa Gallup dos "Dez Homens Mais Admirados do Mundo" 61 vezes – mais do que qualquer outra personalidade na história da pesquisa, colocando-o no topo da lista geral dos mais admirados pelos americanos por quatro décadas, desde que a lista começou em 1948. Ele também foi regularmente citado pela organização Gallup como um dos "dez homens mais admirados do mundo" e apareceu nas capas de grandes revistas como Time, Newsweek, Life e EUA News and World Report.

"Meu único propósito na vida é ajudar as pessoas a encontrar uma relação pessoal com Deus, que, acredito, vem através do conhecimento de Cristo." — Billy Graham.

"Eu não sou um grande pregador, e não afirmo ser um grande pregador... estou apenas comunicando o Evangelho da melhor maneira que sei." — Dr. Graham.

Entre seus inúmeros reconhecimentos, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade em 1983, entregue pelo Presidente Ronald Reagan.

Em 1996, recebeu a Medalha de Ouro do Congresso (compartilhada com sua esposa Ruth) – a mais alta honra civil concedida pelos Estados Unidos.

Em 2001, a Rainha Elizabeth II o nomeou Cavaleiro Comandante Honorário da Ordem do Império Britânico (KBE) por sua contribuição internacional para a vida cívica e religiosa ao longo de mais de 60 anos. A honra foi apresentada a ele pelo Embaixador Britânico nos EUA em 6 de dezembro de 2001.

Em 10 de abril de 2013, foi nomeado "Filho Favorito" da Carolina do Norte por voto unânime da Assembleia Geral do estado.

Outros prêmios notáveis incluem a Medalha de Serviço Distinto do Exército da Salvação, entrada anual no Who's Who in America desde 1954, o Prêmio Distinguished Persons da Freedoms Foundation (vários anos), a Medalha de Ouro do National Institute of Social Science (1957), o Prêmio Anual Gutenberg da Chicago Bible Society (1962), a Medalha de Ouro do George Washington Carver Memorial Institute por contribuição para as relações raciais (1964), o Prêmio Speaker of the Year (1965), o Prêmio Golden Plate da American Academy of Achievement (1965), o Prêmio Horatio Alger (1965), o Prêmio National Citizenship da Military Chaplains Association dos EUA (1965), o Prêmio Wisdom Award of Honor (1965), a Placa Torch of Liberty da Anti-Defamation League (1969), a Medalha de Honra George Washington da Freedoms Foundation (1969 e 1974), homenagem pela Morality in Media (1969), o Prêmio International Brotherhood da National Conference of Christians and Jews (1971), o Prêmio Distinguished Service da National Association of Broadcasters (1972), o Prêmio Franciscan International (1972), o Prêmio Sylvanus Thayer da Academia Militar dos EUA em West Point (1972) – o prêmio mais prestigioso concedido pela Academia a um cidadão dos EUA – o prêmio Salesman of the Decade da Direct Selling Association (1975), o Prêmio Philip da Association of United Methodist Evangelists (1976), o Primeiro Prêmio Nacional Inter-religioso do American Jewish Committee (1977), a Medalha de Comunicações Distintas da Southern Baptist Radio and Television Commission (1977), a Medalha Jabotinsky Centennial (1980), entrada no Religious Broadcasting Hall of Fame (1981), o Prêmio Templeton Foundation para o Progresso na Religião (1982) e o Prêmio National Religious Broadcasters Award of Merit (1986). Ele também apareceu em primeiro lugar na Pesquisa Good Housekeeping Most Admired Men em 1997 por cinco anos consecutivos.

A integridade de sua imagem ao redor do mundo se cristalizou como um exemplo de homem que segue a vontade de Deus, resultando em uma reputação de idoneidade internacional que poucos evangelistas conseguiram.

Quando perguntado por Sir David Frost como gostaria de ser lembrado, respondeu: "Como uma pessoa que teve integridade, que foi fiel ao seu chamado e que amou a Deus com todo o seu coração, mente e alma".

Honorary Doctorates

Graham recebeu pelo menos 20 títulos honorários de diversas instituições:

  • Doctor of Divinity, Newcastle University (1948)
  • Doctor of Humanities, Bob Jones University (1948)
  • Doctor of Laws, Houghton University (1950)
  • Doctor of Divinity, Baylor University (1954)
  • Doctor of Letters, Wheaton College (1956)
  • Doctor of Humane Letters, Belmont Abbey College (1967) – sendo o primeiro protestante a receber este título de uma escola católica romana.
  • Doctor of Humane Letters, Jacksonville University (1973)
  • Doctor of Theology, Christian Theological Seminary (Varsóvia, Polônia) (1981)
  • Doctor of Theology, Reformed Theological Academy (Debrecan, Hungria) (1981)
  • Doctor of Christianity, Dallas Baptist University (1985)
  • Doctor of Humanities, Hong Kong Baptist University (1990)
  • Doctor of Divinity, University of North Carolina at Chapel Hill (1996)

Ele também recusou pelo menos mais 20 títulos.

Outras Honrarias e Memoriais

Uma cadeira de professor é nomeada em sua homenagem na Samford University (filiada aos Batistas do Alabama), a Billy Graham Professor of Evangelism and Church Growth. Sua alma mater, Wheaton College, possui um arquivo de seus documentos no Billy Graham Center. O Southern Baptist Theological Seminary tem a Billy Graham School of Missions, Evangelism and Ministry. O "Billy Graham Children's Health Center" em Asheville é nomeado em sua homenagem e financiado por ele. O Bill Graham Civic Auditorium em San Francisco não é nomeado em sua homenagem, mas sim em homenagem ao promotor de rock and roll Bill Graham.

Em 31 de maio de 2007, a Biblioteca Billy Graham, no valor de 27 milhões de dólares, foi oficialmente dedicada em Charlotte. Os ex-presidentes Jimmy Carter, George H. W. Bush e Bill Clinton compareceram para celebrar com Graham. Uma rodovia em Charlotte leva o nome de Graham, assim como a I-240 perto de sua casa em Asheville. A University of Northwestern – St. Paul, onde Graham foi presidente, nomeou seu edifício mais recente de Billy Graham Community Life Commons.

Tributos musicais foram criados em sua homenagem, como a canção "Thank You Billy Graham" de Pat Boone em 2005, que incluiu a participação de vários artistas e um vídeo introduzido por Bono. O álbum "My Hope: Songs Inspired by the Message and Mission of Billy Graham" (2013) contou com artistas como Amy Grant e TobyMac. Outras canções escritas em sua homenagem incluem "Hero of the Faith" de NewSong e "Billy Graham's Bible" de Joe Nichols.

Graham também foi retratado na mídia, incluindo os filmes "Man in the 5th Dimension" (1964) e "Billy: The Early Years" (2008), este último com Armie Hammer no papel principal, e no qual sua filha Gigi atuou como consultora, apesar das críticas de seu filho Franklin. Ele também foi interpretado por Paul Sparks na série "The Crown" (2017) e por seu neto Will Graham em "Unbroken: Path to Redemption" (2018).


Bibliografia 

AIDAR, Laura. Billy Graham. In: EBIOGRAFIA.COM. Disponível em: https://www.ebiografia.com/billy_graham/. Acesso em: 15 maio. 2025.

BILLY GRAHAM EVANGELISTIC ASSOCIATION. Billy Graham Biography. Disponível em: https://memorial.billygraham.org/biography/. Acesso em: 15 maio. 2025.

BILLY GRAHAM EVANGELISTIC ASSOCIATION (UK). The Story of How God Called Billy Graham. Disponível em: https://billygraham.org.uk/billy-grahams-story/. Acesso em: 15 maio. 2025.

EDITORADOSCLASSICOS.COM.BR. Billy Graham. Disponível em: https://editoradosclassicos.com.br/brand/126-billy-graham. Acesso em: 15 maio. 2025.

ENCICLOPÉDIA BRITANNICA. Billy Graham. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Billy-Graham/. Acesso em: 15 maio. 2025.

LACERDA, Renan. Quem foi Billy Graham?. In: MISSAO LIVRES. 25 out. 2021. Disponível em: https://missaolivres.org.br/quem-foi-billy-graham/. Acesso em: 15 maio. 2025.

O GLOBO. Morre Billy Graham, o guru dos presidentes americanos, aos 99 anos. In: O GLOBO, 21 fev. 2018. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/religiao/morre-billy-graham-guru-dos-presidentes-americanos-aos-99-anos-22418237. Acesso em: 15 maio. 2025.

SANCHES, Luiz Francisco. Billy Graham é considerado o maior evangelista de todos os tempos. In: MOVIMENTO GOSPEL 4, jul. 2012. Disponível em: https://issuu.com/knks/docs/2012_07_movimento_gospel_4/s/10681248. Acesso em: 15 maio. 2025.

WIKIPEDIA. Billy Graham. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Billy_Graham/. Acesso em: 15 maio. 2025.



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